A Laranja de Setúbal

Estima-se que é no século XVI que surge, na "lista dos produtos exportados por Portugal", a laranja de Setúbal: "Ainda muitos se devem lembrar dos tempos em que uma boa parte das laranjas de Setúbal saía a barra do Sado com destino a portos estrangeiros. A fruta aqui produzida era conhecida e disputada nos principais mercados mundiais".

No entanto, quando em 1949, Henrique Costa Neves fez uma apreciação sobre o estado económico e agrícola os laranjais, declarou o seu declínio. Foram duas, as razões que apontou como fundamentais: a competição intra e internacional e a intensificação dos laranjais: "Por um lado, os países produtores alargaram e aperfeiçoaram a cultura, estimulados pela procura cada vez maior que as laranjas começaram a ter em todo o mundo. Por outro lado, nós não só não soubemos acompanhar o aperfeiçoamento da cultura como até, pela nossa incúria, deixamos depreciar a magnífica qualidade da nossa fruta."

Tendo perdido a força económica nos mercados que outrora possuíra, os laranjais perderam também o seu interesse por parte dos proprietários.

Quando a cidade se expandiu, para norte, ocupou grande parte dos solos de maior valor agrícola, e com eles foram destruídos também grande parte dos laranjais.

in GOES,Inês Vidal de, De espaço rural agrícola a espaço público urbano. A Várzea de Setúbal. Disponível em: https://www.repository.utl.pt/handle/10400.5/4140 [Consultado em 20 de Dezembro de 2013]