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sexta-feira, 30 de maio de 2014

Ourivesaria: Antiga Ourivesaria Pedroso


Foi no dia 2 de Novembro de 1847 que José Maria Pedroso abriu ao público um estabelecimento de venda de relógios, máquinas de costura, ouro, pratas e papelaria.
Começou por ser conhecida pela casa do José Maria das máquinas, pois o negócio baseava-se mais em máquinas de costura, relógios ouro e prata.

Por altura de 1880 passou a fazer parte da firma seu sobrinho, de nome Zacharias Pedroso, o qual com o falecimento do Tio José Maria, ficou só, passando então a casa a denominar-se de Zacharias Augusto Pedroso, Lda. Já nesse tempo se faziam feiras aos Domingos em várias áreas do distrito, e a firma fazia-se representar em quasi todas. Eram então os trens e as carroças que transportavam as máquinas de costura e as malas com diversos artigos. Era chegar, montar barraca, vender e voltar já ao anoitecer ao mesmo transporte.
Como já trabalhasse na casa seu sobrinho Frederico, o tio deu-lhe sociedade Zacharias Pedroso & Sobrinho, Lda., e abriu no 1º andar, nº 75 do mesmo prédio, da firma, uma Secção de Penhores.
Passados alguns anos saiu o Tio Zacharias, e o Sr. Frederico cedeu uma quota ao empregado Luiz Abreu que havia entrado ao serviço em 3/5/21, com 17 anos.
Continuou a Secção de Penhores como Zacharias Pedroso, Lda., e passou a Ourivesaria a denominar-se “Ourivesaria Pedroso de Frederico Augusto Pedroso”.
Em Outubro de 1935 apareceu na Ourivesaria um miúdo de 13 anos acompanhado pela mãe a comprar o seu 1º relógio. Esperou alguns momentos e verificando que só faltavam 10 minutos para entrar ao serviço na mercearia onde já trabalhava, pediu à mãe que escolhesse sozinha e fugiu correndo para não faltar à hora do emprego.
Nessa noite o Sr. Abreu foi a casa do miúdo convidá-lo a ir para a Ourivesaria, pois o Sr. Pedroso tinha apreciado a sua atitude e queria-o lá. Assim, aceite o convite, em 2 de Novembro de 1935 entrou ao serviço o miúdo Josué Monteiro.
Passados quasi 19 anos, em 2 de Setembro de 1954 faleceu o Sr. Frederico Pedroso com 81 anos sucedendo-lhe como proprietária sua única filha Aida Pedroso que após essa data acabou com a Secção de Penhores, deixando o Sr. Abreu de ser sócio, e passando só a empregado da Ourivesaria, a qual passou a ser: Ourivesaria Pedroso de Aida da Conceição Valido Pedroso, Sucessora de Frederico Augusto Pedroso.
Em 1980 começou a D. Aida a sentir-se doente, dizendo não poder continuar por muito mais tempo e em Setembro de 1981 chamou os empregados mais velhos, Luiz Abreu e Josué Monteiro, colocando-lhes a questão: Vou acabar com isto e vender tudo, mas gostaria que fosse um de vós a ficar. Sócios não, mas um de vós. Luiz Abreu lembrou-lhe que ainda era mais velho que a Sr.ª e não podia. Josué Monteiro aceitou a aposta propondo que lhe facilitasse o pagamento. Combinada a forma de pagar e feito o balanço, foi então marcada a escritura propondo o Monteiro que a data da mesma fosse em 2 Novembro, pois se era já era essa a data da fundação e da sua entrada como empregado, também seria a de proprietário.
Assim foi feita a escritura notarial em 2 de Novembro de 1981, data em que a casa passou a ser: Ourivesaria Pedroso de Josué Monteiro.
Passados 8 anos resolveu o mesmo passar de nome individual, a firma comercial, juntando assim como sócios a esposa Gertrudes e as folhas Maria de Lourdes e Aida Maria. Escritura de 22/6/1989.
À data que foi escrita esta história da velhinha casa, e passados que já são 144 anos da sua fundação chama-se OURIVESARIA PEDROSO de Josué Monteiro & Filhos, Lda.

Ourivesaria: Antiga Ourivesaria Pedroso
Rua Dr. Paula Borba, 75/81 - Freguesia de São Julião
Fundação: 1847/11/02 - Proprietário: Josué Monteiro e Filhos

in ABREU, Maurício, Cazas de Commercio: Lojas Antigas de Setúbal

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